Indaguei-me, pois de noiva tambem casei-me, mas de tão bonitinha e ordinária, nem calcinha usava.Por baixo daquele lindo vestido, era a brasa viva que queimava, como nas fogueiras de São João, a madeira verde estralava, tão obsena, eu , a morena menina dos olhos cor de mél, o noivo tímido, provocava, quando nele , me esfregava, sutilmente entre os convidados, parecia que até o padre, eu despertava. Com desejo ele me olhava. Alguma tranparência, propositalmente, mostrava a mulher que já feita, se vislumbrava. As cóstas nuas, por sob meus cabelos, aparecia como a magia das bruxas , e a meiguiçe de minha meninisse.Eu sorria desdenhada, em gargalhadas de alegria, era a bonitinha mas ordinária em seu vestido de noiva, como a cerimônia mandava. Ninguem além de mim, sabia que nem calcinha usava. Mãos de fada, agora uma grossa aliança usava, outro sobrenome assinava, e eu pensava, até que a morte nos separe, queria entre risos e felicitações, morrer então. Muitos anos de servidão, anulação, explode hoje essa mulher, que mais parece um vulcão em erupção, um furacão, querendo novas estradas ensolaradas, buscando seu fóco, seu chão. Continuo de coração, a mesma menina, bonitinha mas ordinária, que ainda anda sem calcinha, procurando por seu varão em meio a multidão. Nelson Rodrigues , um gênio da verdade podridão.
quarta-feira, 12 de setembro de 2007
VESTIDO DE NOIVA
Indaguei-me, pois de noiva tambem casei-me, mas de tão bonitinha e ordinária, nem calcinha usava.Por baixo daquele lindo vestido, era a brasa viva que queimava, como nas fogueiras de São João, a madeira verde estralava, tão obsena, eu , a morena menina dos olhos cor de mél, o noivo tímido, provocava, quando nele , me esfregava, sutilmente entre os convidados, parecia que até o padre, eu despertava. Com desejo ele me olhava. Alguma tranparência, propositalmente, mostrava a mulher que já feita, se vislumbrava. As cóstas nuas, por sob meus cabelos, aparecia como a magia das bruxas , e a meiguiçe de minha meninisse.Eu sorria desdenhada, em gargalhadas de alegria, era a bonitinha mas ordinária em seu vestido de noiva, como a cerimônia mandava. Ninguem além de mim, sabia que nem calcinha usava. Mãos de fada, agora uma grossa aliança usava, outro sobrenome assinava, e eu pensava, até que a morte nos separe, queria entre risos e felicitações, morrer então. Muitos anos de servidão, anulação, explode hoje essa mulher, que mais parece um vulcão em erupção, um furacão, querendo novas estradas ensolaradas, buscando seu fóco, seu chão. Continuo de coração, a mesma menina, bonitinha mas ordinária, que ainda anda sem calcinha, procurando por seu varão em meio a multidão. Nelson Rodrigues , um gênio da verdade podridão.
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