quarta-feira, 12 de setembro de 2007

SANGUE E MÉL

Mãos confusas, com o crivo da inexperiência, passeavam rasgando meu corpo virginal, e eu,num abandono total, experimentava aquela ingênuidade num encontro casual, seu perfeito era imperfeito, compléxo, meio sem néxo, explorava voce meu sexo, eu explorava o teu. Como indefinido era tudo aquilo, horas era eu homem teu, horas era tu, mulher eu. Numa poesia inédita, meu corpo compunha as guadras, entre quatro pérnas, enrroscadas, quatro seios bem colocados, e teu membro, penetrava em mim.
Dizia-me seres ateu, mas clamava no ápice, DEUS meu, rindo então ,me pedia perdão, pelo desatino herége, clamando o gozo meu. Neste apogeu de céu, rompia-se o sangue e o mél, escorrendo como rio, inundando o lençol daquele bordel, feito um tango de Gardel. A meretriz era eu, voce o aprendiz, sem nada saber, te dei a entender, que éras o melhor, meu séxo inssaciavel, quiz mais, agora um boléro bem marcado, sem valor estipulado, o desejo era meu. Teu corpo cansado, ali jogado, pedia arrego, mas não contive meu desassossego, a atriz repetiu o ato, quase um monólogo que não tinha epílogo. O teatro estava lotado, fila na bilheteria, esperando a porta se abrir, e grande atriz dali, do nada surgir, escancarando as cortinas de veludo vermelho, tal qual o vestido de veludo vermelho de Scarlet , com olhos aflitos, em meio a multidão já nas cadeiras, procurando seu Rett, com o terço nas mãos, tão Santa, uma linda visão.

FECHAM-SE AS CORTINAS
TEATRO VAZIO, CORPO CANSADO
RESTOU O RANGER DAS PORTAS
AGORA FECHADAS.

A ATRIZ VESTE SUA MORTALHA
DA EXAUTÃO À SOLIDÃO
DE TERÇO NA MÃO
REZA A ORAÇÃO DO PAGÃO.

SANGUE E MÉL NO COLCHÃO
DOR E LÁGRIMAS PELO CHÃO
SÓ DESEJA AGORA
ESQUECER QUEM É ,OU NÃO.

A MERETRIZ FEZ SEU TRABALHO
BEM PAGO, REALIZADO
FELIZ SE FOI O APRENDIZ
CONVERTIDO ATEU, AO PECADO.

Cristal amor 12/09/2007

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