MEU DESTINO É NAVEGAR
COMO SE O MAR FOSSE EU
HORAS CALMO
NOUTRAS TORMENTA E BALANÇO
ULTRAPASSAR AS BARREIRAS
DAS PÉDRAS PROFUNDAS
QUE DERRUBAM NAVIOS
VEGUEIAM ENTRE ESTRELAS
BUSCANDO SEU CAIS.
MIRAR AS PAISAGENS
NAS LENTES DA LUNETA
ONDE SE DESVENDAM DISTANCIAS
PERCORRIDAS EM MIM
MAR BRAVIO.
MEU DESTINO
É TAL QUAL A INCONSTÂNCIA
DESSE MAR QUE NAVEGO
ONDAS QUE BATEM NAS ROCHAS
VELAS AO LEVAR DOS VENTOS
NA DIREÇÃO, SOLTA, UM LAMENTO
TREMULANDO ENTRE O SOL
SE GUARDANDO AO LUAR
COMPONDO NOS SONS
DAS CONCHAS TORVELINHOS
MEU CANTO, MINHA POESIA
MINHA SOLIDÃO,JÁ TARDIA.
MEU DESTINO É VELEJAR
SUBIR NAS ONDAS QUE SE FORMAM
PRA DEPOIS DESCER DISFORME
ME MITURANDO AO MAR
LANÇAR UMA GARRAFA
DA MINHA ESCRITA RÔTA
NAS FOLHAS MARELADAS
DAS RÓTAS MAL TRAÇADAS.
MEU DESTINO É MORRER
NO MAR SERVIR DE COMIDA
AS GAIVÓTAS,TÃO DEVÓTAS
DE UM DEUS MOURO, MORTO.
CRISTAL 07/10/2007
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